Bloco de Gelo

A bancada norte do Estádio dos Arcos algures entre 1998 e 2003 d.c. pariu o bloco. Ousado, o bloco fez-se blog, dando azo a que se carimbe neste robusto espaço, local semi-cibernético, mundo de nautas muito pouco arejado e em que tudo é bastante firi-wiri. Diz-se mal do Luís Campos e bem do Rio Ave. Falamos de bola, política, clássicos, Café Fernandes, Rena batanete, jogos no parque. De João Bolas a Mogrovejo, tabelando em Clóvis, repique na Tia Lina e acabando no Ziad.

domingo, setembro 04, 2005

Um Santo post? - Porque não?

Antes de mais, boa parte do dia em questão (dia, noite, tarde, etc...).
E que saudades tinha eu de partilhar um pouco da minha vida, e da vida de outros, convosco, apetecíveis leitores e obstinados católicos. Ai meu deus, e que saudadinhas tinha eu de ir a uma boa missinha a meio da semana.
A verdade é que em vila do conde quando o sol bate forte e o vento não apaga velas, não se faz muito, o pessoal só vai pá praia. Assim, só e abandonado recebo um sms do Deus a avisar que havia uma boa e solene missa às 6 da tarde. E eu disse – “oh pá, mas que boa ideia!”. É que era mesmo boa ideia. Não julguem que isto é um daqueles caprichos de senilidade, ou que vou tentar levar alguém comigo da próxima vez. São apenas fezes que se tem. Não quero fazer disto um hype.
Fui à missita, bem boa por sinal, já me tinham recomendado o local (igreja matriz), e boas coisas me haviam dito sobre o tribuno.
Começo por afirmar que é de salutar o facto de ser à borla. Não se paga nada para entrar nem há consumo mínimo. A casa poderia estar melhor decorada, levando uns puffs nas laterais, assim um papel de parede forte e uma bola de espelhos. A acústica era generosa, ouvindo-se perfeitamente o Sr. Abade que, na minha opinião (ressalve-se), era demasiado rápido a declamar e às vezes não dava para acompanhar muito bem. Tem a vantagem de haver repetição do evento nos dias seguintes e de ao fim-de-semana demorar mais. Exigem-se almofaditas nos bancos, ou então ponham alguém a vender “almofadinha pá missa” à entrada, porque senão torna-se doloroso e custa um bocado a passar, apesar de estarmos todos em sacrifício e isso é o mais importante.
Destaco alguns momentos. A leitura de uma prosa salteada, em que alguém lançava o refrão e toda a gente repetia – a harmonia vocal era simpática.
Quando no “conféssumadeus” se leva a mão ao peito em dose dupla no momento do “por minha culpa, minha tão grande culpa”, gera-se um frissom de cortar à faca. Sugiro a alteração para “por meia culpa, minha mui grande culpa”, penso que atenua um coche.
Há lá uma parte em que o Sr. Abade, acompanhado por alguns ex-escuteiros ou neo-escuteiros, oferece a cada pessoa que lá vai uma kika. Demonstra bem o saber estar das pessoas.
Mas para mim o momento alto é quando se escuta “Saudemo-nos nas paz do Senhor!”. É que é só ser-se ladino e sondar bem no início da cerimónia um alvo apetecível, e pode-se encontrar a devota da nossa vida. Sentas-te atrás e rezas bem alto para ela saber que tu sabes rezar e rezas bem. De vez em quando dás uma de coitado…até podes soltar um “ai que eu tenho pecado!”, ou mandas um bitaite sobre o que está a ser lido, para ela saber que tu lês, gostas de ler e percebes. Podes dizer que gostas da rítmica de Isaías, e de alguns poemas de Jeremias. Já ganhaste alguns pontos. Quando escutares a célebre frase, olhas nos olhos e dás duas repenicadas beijocas. Já podes ir para casa rezar, pois pautaste.
Pensei que este momento pudesse ser dinamizado introduzindo um pequeno jogo do bate-pé durante dois minutos, dois minutos e meio. Assim antes da saudação, podia-se lançar um número e …
HG

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